quarta-feira, 16 de janeiro de 2013




 Andando até a varanda, segurando uma xícara branca com um chá até a metade  com uma das mãos, na outra um pote com açúcar e uma pequena colher dentro. Foi até a porta, parou, ficou ali. Olhando para o jardim, pensando no quão vazia sua vida havia se tornado. Não queria chorar, não podia. Percorreu a sala viu o conjunto de mesa e cadeira que amontoava mais um conjuntos de coisas velhas, livros e mais livros, fotos e mais fotos, mofo e mais mofo. Percebeu também que o conjunto ali estava durante anos... E só agora havia percebido o quão bonito ele era, beleza escondida atrás de velharias e nostalgias. Pegou um  livro que ali estava, correu e correu deveras preocupada em não se queimar e nem gastar o chá. Correu jardim a dentro, por uma trilha que ali  havia se formado, correu até chegar no seu lugar favorito, seu esconderijo. 
Explorou, explorou e explorou, chorou mesmo não querendo mesmo não podendo, aquilo que estava ali em baixo do mofo e poeira, era sua vida, e que vida era essa… Chorando pensou que usou toda velocidade que pode para chegar ali, para estar ali. Um sorriso brotava entre seus lábios. Após minutos estava sentada  em uma cadeira colocando a xícara e o pote de açúcar na mesa, suas mãos tremiam de uma forma que nem se estivesse sentindo o pior dos frios poderia explicar o porque de tanto balançar, talvez seja obra da saudade, pensou. Colocou  açúcar em seu chá que ali esfriava dissolveu o mesmo com movimentos circulares e levou o chá  - muito doce- a boca. Mas antes que pudesse bebê-lo sorriu, sentiu algo, uma dor, que não era saudade, uma dor que de tão grande a fez cair… Caiu dura no chão, imóvel. Iria finalmente descansar o seu único pesar foi não ter  bebido aquele maldito chá!

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